segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Culpa e Doença / Problema de Queixas
Deixo aqui pra nós, dois poemas de Cornélio Pires!
Mta paz a todos.
CULPA E DOENÇA
Recebi a sua carta
Meu caro Juca Beirão,
Você deseja se falei
Em culpa e reencarnação.
Da sua pergunta amiga
Não posso me descartar,
Por isso, peço desculpas
Do meu modo de informar.
Sabe você, a pessoa,
Seja aí ou seja aqui,
Segue o tempo carregando
Aquilo que fez de si.
Quando lesamos alguém,
Conforme lei natural,
Plantamos na própria vida
Uma semente do mal.
Tempo surge, tempo some
Em horas de sombra e luz,
Mas chega um dia entre outros
Em que a semente produz.
O valor desta lição
Não posso dar em miúdo,
É que existe em cada efeito
uma causa para estudo.
Por isso, ante o seu exame,
Sem nomear o endereço,
Apresento ao caro amigo
Alguns casos que conheço.
A fim de poupar o tempo
Que vai seguindo veloz,
Falemos tão-só nos erros
Que assumimos contra nós.
Perdeu-se todo em pinga,
Nosso Antonico Vanzeti,
Renasceu mas traz consigo
A luta com diabete.
Emilota de Traíras
Fez abortos à vontade,
Reencarnada quer ter filhos
Mas sofre esterilidade.
Desencarnada em excessos
Voltou à Terra Ana Frozzi,
Mas padece a obesidade
De nome lipomatose.
Com muito abuso de drogas,
Desencarnou Léo Faria
Hoje só pode nascer
Na herança da hemofilia.
Beleza desperdiçada,
Lá se foi Mira Vilar,
Renascendo, tem doenças
Que não conseguem sarar.
Afogou-se num suicídio
Odorico de Ipanema,
Voltou, mas em tempo certo
Terás lutas de enfisema.
Atirou no próprio crânio,
Nhô Ninico da Calçada,
Retornou a novo corpo,
Mas tem a idéia alterada.
Em muitos casos, doença
Quando aparece e demora,
É a luta que nós criamos
De longa e lenta melhora.
É isso aí, caro amigo,
Anote esta lei comum:
- Na culpa de cada qual
É a prova de cada um.
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PROBLEMA DE QUEIXAS
Tenho aqui sua consulta,
Meu caro Raimundo Seixas;
Você pede opinião
Quanto ao problema das queixas.
Sem rodeios sobre o assunto,
Posso afirmar, meu irmão,
Toda queixa, quase sempre,
É conversa gasta em vão.
A gente chora, reclama,
No entanto, o caso é sabido:
Lamentação sem trabalho
É voz de tempo perdido.
Cada pessoa recebe
Certo serviço a fazer,
Somos nós servos da vida,
Cada qual em seu dever.
Se o espírito é rebelde,
Perante o mínimo encargo,
Inclina-se para a fuga
Começando em verbo amargo.
Lastima-se contra o tempo
Em tudo, seja onde for,
Censura-se o pó, a pedra,
O vento, o frio, o calor...
Mas nessa história de queixas,
Você pode registrar:
Quem caminha reclamando
Principia a piorar.
Dever é um fardo do Céu
E a quem o vote a desprezo,
Surge uma lei vigorosa
Impondo ao fardo mais peso.
Parece que Deus nos cede
Uma cruz de dons extremos,
Fugindo a ela, encontramos
As cruzes que merecemos.
Você recorda o Alexandre,
Clamava contra chefias...
Depois, ficou sem trabalho
Por mais de quinhentos dias.
Chorando quatro cruzeiros,
Saiu Antonico Brotas,
Vindo logo a tromba d'água
Levou-lhe o colchão de notas.
Reclamando anel perdido,
A irada Dona Rosenda,
Transportando vela acesa,
Incendiou a fazenda.
Ao queixar-se contra a esposa,
Laurindo da Conceição
Atirou dez mil cruzeiros
Na fogueira de São João.
Zangando-se contra a chuva
Dona Liquinha Pastura,
Ao correr, teve uma queda
De quatro metros de altura.
Penso hoje, caro irmão,
Pelas provas que já vi:
A pessoa, em se queixando,
Perde o controle de si.
Após a morte do corpo
É que se vê quanta gente
Lastima o tempo perdido
Ao zangar-se inutilmente.
Anote o caso em você,
Em você e em derredor:
Na vida de quem se queixa
A vida fica pior.
Se você quer ser feliz
Na terra e no Mais Além,
Trabalhe, siga e prossiga
Sem se queixar de ninguém.
Da Obra Baú de Casos, Psicografia de Francisco Cândido Xavier - Espírito Cornélio Pires
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